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SOCIOEDUCANDOS PARTICIPAM DE FESTIVAL DE ARTE, CULTURA E DIVERSIDADE
O Governo do Estado da Paraíba, através da Fundação Desenvolvimento da Criança e do Adolescente ‘Alice Almeida’-Fundac, protagonizou um dos mais belos momentos de 2019, realizados pela instituição, que abriga jovens e adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa. A realização do I Festival de Arte, Cultura, Educação e Diversidade da Socioeducação (FACES) é resultado do respeito à diversidade por meio das artes, cultura e lazer, como processo educativo. Na ocasião foi lançado o Projeto Politico Pedagógico (PPP) que norteia as ações socioeducativas. O Festival aconteceu nesta segunda-feira (16), na Sala Maestro José Siqueira, no Espaço Cultural.
Com o tema central “Direitos Humanos e Cultura de Paz”, o Festival, que não teve caráter competitivo, se configura como espaço de culminância dos processos educativos desenvolvidos no Sistema Socioeducativo da Paraíba. A música, a dança e o teatro, foram evidenciados e contaram com a parceria de artistas locais, professores, alunos, artistas das escolas que atendem ao sistema socioeducativo, agentes, direções das sete unidades em João Pessoa, Lagoa Seca e Sousa.
O presidente da Fundac, Noaldo Meireles, disse que o lançamento do Projeto Politico Pedagógico Institucional da Fundac e do Projeto Politico Pedagógico das Unidades Socioeducativas do Estado da Paraíba no Festival de Arte, Cultura, Educação e Diversidade da Socioeducação marca, com suas atividades, um momento ímpar na história da socioeducação da Paraíba, na história da Fundac. Para Noaldo, o lançamento destes documentos vai fazer a divisão do antes e do depois do projeto socioeducativo do Estado da Paraíba.
“Foi à primeira experiência no nosso Estado de uma atividade cultural e educativa, fantástica, que abrilhantaram esta data e que contou com participação de todas as 7 unidades”, comentou lembrando que a adesão foi maciça. “Foram 180 profissionais de todas as unidades e 52 adolescentes e jovens que contou com a compreensão e um apoio fantástico da Secretaria de Educação, da escola nas três regiões, do governo do Estado como um todo”, disse e ressaltou que o governador João Azevedo vem apostando nesse viés de se investir na educação como forma de recuperar e reeducar jovens e adolescentes.
Além das apresentações artísticas e culturais dos adolescentes e dos jovens e do lançamento do PPP da Fundac e do PPI, também foi lançado a segunda edição do Jornal Socializando, da Fundac, e da Revista Castelando, uma edição especial da Escola Cidadã Integral Socioeducativa Almirante Saldanha. A diretora da Escola, Tatiana Pinangé disse que a Revista surge da vontade de divulgar práticas pedagógicas libertadoras que despertam o senso crítico do educando/a e chama para a reflexão de um novo recomeço e de quantos recomeços forem necessários para a (re)construção dos seus Projetos de Vidas.
A Secretária de Desenvolvimento Humano (SDH), Neide Nunes, agradeceu a toda à comunidade socioeducativa, a Universidade Federal da Paraíba, ao sistema de justiça, aos professores e direção da escola, aos familiares dos internos presentes. Para ela foi um momento de celebrar não só a construção deste documento, que representa cada lágrima, cada suor, cada sorriso no rosto de cada um que compõe o time Fundac como dizer que “não é possível avançar sem ter o olhar de cada um de vocês”.
Ela também agradeceu os técnicos de referência, as direções técnicas das unidades, as direções das unidades e a Diretoria Técnica, na pessoa de Waleska Ramalho, pela caminhada, fortaleza e dedicação. Neide Nunes disse que o governador João Azevedo não tem medido esforços em está contribuindo com essa política que não é fácil. Para ela, talvez seja a política mais difícil de ser implementada. “É a política que nos oferece mais desafios diários, porém, quanto mais os desafios nos permitem, mais ousados nós somos, mais ousados nós vamos enfrentar e eu tenho certeza que ousadia, foco, força de vontade é o que não falta nessa equipe da Fundac”, afirmou.
FESTIVAL DE TODAS AS ARTES
Com beleza, desenvoltura de uns e timidez de outros, os/as socioeducandos/as deram seu grito e seu recado. “Tem muita mente brilhante atrás das muralhas”, disse João (nome fictício), após declamar uma poesia marginal. “Eu sei o que fiz e hoje reconheço. Não importa sua cor, os direitos são os mesmos....queria ser doutor mas o crime me abraçou...”, disse Carlos (nome fictício), em um rap. “Vou estudar, refazer a minha vida. Sem educação, não tem saída...quero paz, quero paz. Em toda a comunidade, quero paz”, disse Antônio (nome fictício), em outro rap.
O Festival também contou com a ajuda dos professores para a seleção do belo repertório musical das apresentações. Teve Jackson do Pandeiro, Charles Chaplin com a canção Smile (Sorri) pelo grupo Batukar Tambor, do CEA/Sousa, com direção de Espedito Lopes e apresentação do cordel ‘Um Triste Amor’, sob a direção de Porcina Furtado; na cultura popular um interno do Lar do Garoto interpretou num solo de flauta, Asa Branca, de Luiz Gonzaga.
Os grupos também trouxeram frevo, reggae, ala ursa, gospel e música religiosa, este último apresentado pelo Coral ‘Unidos pela Paz’, direção de Kelson Ricardo e Nilson Matos, ambos do Lar do Garoto. Do som dos tambores do CEA/JP vieram os gritos por liberdade na cadência percussiva que teve a regência de Clevaldo Rodrigues. A literatura homenageou a escritora Carolina de Jesus e não faltou Bertold Brecht na leitura dramática ‘Aquele que diz sim, Aquele que diz não’ com o grupo ‘Arte na Semi é Liberdade’, direção de Dhyan Urshita.
Os socioeducandos do CEJ deram o tom na ‘Sebastiana Orquestra de Violões’, sob a maestria de Diego Michel e Moises Rodrigues e o grupo ‘CEJ Encena’ trouxe o espetáculo “Me prendo à Cultura”(teatro de bonecos), sob a direção das professoras Maria de Lourdes, Naiara Misa e Francisca Melo. O CEJ participou também com a poesia ‘O Eu Poético de Mim’, com direção de Cira Maia.
O CSE trouxe o rap ‘ Quero Paz’, autoria de dois internos e o cordel declamado ‘Minha Escola’ ambos com direção de Inglith Conceição. O festival se encerrou com o espetáculo “Auto do Céu, O Menino do Morro”, interpretação do Grupo ‘Favela Vive’, do Centro Socioeducativo Rita Gadelha e direção de Cinthya Nascimento.
O I FACES contou com vários formatos de obras de arte. Pinturas, desenhos, literatura, artesanato, marchetaria, origami, tecelagem, livro de poesias e telas produzidas nas unidades socioeducativas da Fundac.
Para o coordenador do projeto, Nilton Santos o objetivo do ‘I FACES’ foi reunir a produção de arte e culturas produzidas nas unidades socioeducativas culminando num grande espetáculo de variedades. O festival teve como meta expor o fazer artístico-cultural dos socioeducandos/as produzidos ao longo deste ano e assim fortalecer a identidade cultural dos socioeducandos/as, gerando intercâmbio de saberes entre artistas, estudantes e escolas bem como promovendo o respeito à diversidade cultural, religiosa, de gênero e sexual. Nilton disse que a cultura de paz foi baseada na cartilha da cultura de paz da Unesco.
O I FACES teve a coordenação geral do presidente da Fundac, Noaldo Meireles; a coordenação de produção da Diretora Técnica, Waleska Ramalho, a organização dos eixos Educação e Diversidade da Fundação, a parceria da FUNESC, SEDH, SEECT, das três escolas socioeducativas do Estado, além de professores, agentes, técnicos e direções das unidades na Paraíba.