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Segunda-dama prestigia oficina do Projeto Folhas da Paraíba e destaca importância da reinserção social no Sistema Penitenciário
A segunda-dama do Estado, Camila Mariz, prestigiou na manhã desta segunda-feira (15), na Penitenciária de Reeducação Feminina Maria Júlia Maranhão, em João Pessoa, a abertura da oficina do Projeto Folhas da Paraíba — Artesanato e Sustentabilidade Social, que chega ao Sistema Penitenciário para fortalecer o processo de reinserção dos reeducandos das unidades prisionais paraibanas, a exemplo do Castelo de Bonecas.
A iniciativa do Projeto Folhas da Paraíba tem como objetivo profissionalizar, inicialmente, as reeducandas da Penitenciária Maria Júlia Maranhão, para a confecção de bolsas e outros adereços tendo como matéria-prima folhas de árvores da Mata Atlântica — foram escolhidos o cajueiro e a pata-de-vaca.
Na abertura da oficina, que contou com a presença da secretária-executiva da Mulher e Diversidade Humana, Cristiana Almeida, Camila Mariz destacou a importância de mais este projeto na reinserção dos reeducandos. "É um projeto grandioso e de muito valor — o valor que ele tem de transformar essas pessoas, de oferecer a essas reeducandas a oportunidade de construir, de pavimentar o futuro. Quando tiverem cumprido sua pena e estiverem fora daqui, elas vão ter a chance de uma nova etapa de vida, já que vão sair daqui com uma profissão, com a carteira de artesã, oportunidade que poucos estados do Brasil oferecem", afirmou.
O secretário de Estado da Administração Penitenciária (Seap), João Alves, afirmou que o Projeto Folhas da Paraíba, assim como os demais existentes no Sistema Penitenciário paraibano, tornará a vida das reeducandas, quando forem egressas, mais fácil. "É um projeto de grande importância, porque estamos profissionalizando nossos reeducandos, ministrando mais um curso para facilitar a vida dessas pessoas, criando uma condição de trabalho. Elas vão sair daqui certificadas, com a carteira de artesã", disse, ressaltando que as 22 unidades prisionais contam com projetos de ressocialização.
A gerente do Museu Casa de José Américo e coordenadora-geral do Folhas da Paraíba, Janete Rodriguez, foi enfática ao descrever a importância do projeto: "A importância é ímpar, pelo fato de você dar condições à mulher privada de liberdade de ter mais que uma profissão, mas também cidadania. É uma profissionalização que vai tornar possível para essas reeducandas uma conquista no mercado de trabalho após a saída. A técnica que elas vão aprender é de Tânia Lima, uma artesã de Goiás. As folhas naturais são cozidas, pintadas, costuradas e, em seguida, bordadas, transformando-se em bolsas, adornos e adereços", explicou, enaltecendo, por isso mesmo, o caráter genuíno dos produtos que serão confeccionados.
Já a gestora do Programa do Artesanato Paraibano (PAP), Marielza Rodriguez, externou sentimento de felicidade por mais esta parceria com a Seap. "O governador João Azevêdo e a nossa presidente de Honra, Ana Maria Lins, estiveram numa feira em Brasília conhecendo o trabalho da artesã de Goiás Tânia Lima, que já desenvolvia esse trabalho nas unidades prisionais. O governador se inteirou do projeto e, com o apoio da Fundação Casa de José Américo, PAP e Sebrae, trouxemos Tânia Lima para ministrar uma oficina no Crap, que é o Centro de Referência do Artesanato Paraibano, e agora vamos replicar esse conhecimento com as reeducandas do Júlia Maranhão, mais um projeto que vem se somar na recuperação dos nossos reeducandos", acrescentou.
A diretora da Penitenciária Maria Júlia Maranhão, Cinthya Almeida, afirmou que a chegada do Projeto Folhas da Paraíba reforça o compromisso do Governo do Estado com a humanização do Sistema Penitenciário. "Esse projeto vem fortalecer a oportunidade de um novo recomeço para estas mulheres que, temporariamente, estão em condição de privação de liberdade. Sem medo de errar, posso dizer que temos uma gestão que nos enxerga, que nos estende a mão", observou.
A abertura da oficina do Projeto Folhas da Paraíba foi prestigiada, ainda, por João Rosas, gerente de Ressocialização da Seap; e Valdelita Cunha, coordenadora da Execução Penal da Defensoria Pública, entre outras autoridades.
O Projeto — Com foco na sustentabilidade, o Projeto Folhas da Paraíba vem fortalecer os demais em execução no Sistema Penitenciário do Estado, a exemplo do Castelo de Bonecas, resultado de uma grande parceria da Seap, Fundação Casa de José Américo e Programa do Artesanato Paraibano. Após testar folhas de árvores como jambeiro e mangueira, foram escolhidas as do cajueiro e de pata-de-vaca.
Simone (nome fictício) não esconde a alegria por mais esta oportunidade. "Eu já faço parte do Castelo de Bonecas e vejo esse projeto como algo que vai agregar ainda mais, pois vamos fazer algo utilizando uma técnica que não é tão comum assim. Vou me esforçar, aproveitar ao máximo cada momento nesta oficina", disse.
Sentimento compartilhado também por Sandra (nome fictício). "Vamos nos dedicar com todas as nossas forças para aprender, nos desenvolver. Independente de onde estamos, vamos mostrar que somos capazes", prometeu.
Ao todo, serão oito encontros. As aulas serão ministradas por monitoras como Ivaldina Oliveira. "É uma oportunidade de a gente compartilhar tudo o que aprendeu na oficina com Tânia Lima. Vamos repassar esse conhecimento com a certeza de que ele vai ser muito útil, pois vai ajudar essas mulheres a ter uma nova chance na vida", concluiu.
Antes da solenidade o secretário João Alves presenteou a segunda-dama do Estado, Camila Mariz, e a gerente do Museu Casa de José Américo e coordenadora-geral do Folhas da Paraíba, Janete Rodriguez, com o livro Mulheres que fazem acontecer no sistema penitenciário da Paraíba, obra escrita por 33 profissionais, incluindo policiais penais, professoras, médica, enfermeira, assistente social, psicóloga e jornalistas, além da juíza Conceição de Lourdes, convidada especial. A obra, com 312 páginas, foi idealizada e editada pelo jornalista, escritor e policial penal, Josélio Carneiro de Araújo.
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Secom-PB e Ascom/Seap fotos: José Marques, Josélio Carneiro e Rafaela Gambarra