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Presídio Sílvio Porto ganha ateliê para atender reeducandas LGBTQIAP+

publicado: 24/03/2022 20h50, última modificação: 25/03/2022 09h20
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O Governo do Estado, por meio da Secretaria da Administração Penitenciária (Seap), inaugurou nesta quinta-feira (24), na Penitenciária Sílvio Porto, em João Pessoa, o Ateliê Benvenutty – arte que liberta. No ambiente, as pessoas privadas de liberdade produzirão peças artesanais em macramê, sandálias personalizadas, camisas, lenços, bolsas, toalhas, bonecas, bijouterias, acessórios, dentre outras boas práticas de ressocialização, sempre com a assistência de instrutores.

A partir de segunda-feira (28), as reeducandas LGBTQIAP+, todas já capacitadas em cursos ofertados, começam a produzir no ateliê que presta homenagem à memória de Fernanda Benvenutty, técnica de enfermagem e militante transexual. As peças produzidas serão encaminhadas para comercialização e os interessados poderão adquirir por meio do Instagram da Gerência Executiva de Ressocialização @ger.seappb, na sede da gerência situada na Rua Diogo Velho, 180, centro de João Pessoa, ou nas feiras e salões de artesanato.

Além do benefício da remição da pena por dias trabalhados e por atividades educacionais, as reeducandas que produzirão no ateliê também serão remuneradas com parte da renda dos produtos, que será depositada em conta bancária movimentadas por seus familiares.

Respeito e dignidade - O secretário da Administração Penitenciária, Sérgio Fonseca de Souza, afirmou que o Governo do Estado trata com respeito e dignidade a população LGBTQIAP+, a que mais sofre preconceito e intolerância. “Então esse espaço objetiva resgatar a dignidade das senhoras. O governo se preocupa com vocês, esse ambiente vai ser um local de oportunidade, de capacitação, mas sobretudo um lugar de mudança de vida, tenham essa certeza, o que vocês fizeram lá fora não nos cabe julgar, quem julga é a Justiça. Nós do Governo da Paraíba temos uma obrigação: oferecer oportunidade e dignidade e é o que estamos tentando fazer em nome do governador João Azevêdo”, disse o gestor.

O secretário da Segurança e Defesa Social, Jean Nunes, que participou do evento, avalia que o Ateliê é mais um espaço de inclusão social para este público que poderá desenvolver suas habilidades e se profissionalizar cada vez mais para o retorno à sociedade.

Já o procurador Yordan Delgado, do Ministério Público Federal e integrante do Conselho Penitenciário do Estado da Paraíba, disse que o espaço, além de proporcionar trabalho para as reeducandas, vai resgatar a dignidade que tanto precisam.

Para o gerente do núcleo LGBT da Secretaria de Estado da Mulher e da Diversidade, Fernando Luiz Araújo, a inauguração do Ateliê Benvenutty “é um caminho para que a população LGBT do presídio Sílvio Porto atinja a dignidade humana no processo de ressocialização com liberdade, com justiça e com direito; a gente parabeniza toda a equipe da Secretaria da Administração Penitenciária por essa parceria”.

 A reeducanda “Luanne” comemorou a inauguração do ateliê, afirmando que “está sendo ótima essa oportunidade que o Governo da Paraíba está nos dando”. Ela é de Belém (PA) e se sente muito bem acolhida. “Quando ganhar minha liberdade, quero sobreviver do que estou aprendendo aqui”, comentou.

Ainda participaram da inauguração e entrega dos certificados do “Curso Introdução ao Empreendedorismo” o Procurador Geral do Estado, Fábio Andrade Medeiros, o chefe de gabinete da Seap, Josinaldo Lucas Oliveira, o gerente do Sistema Penitenciário, Ronaldo Porfírio, o gerente da Ressocialização, João Rosas, e a instrutora e psicóloga Gianna Carla de Miranda. João Rosas lembrou que o ateliê é o primeiro espaço laboral exclusivo para a comunidade LGBTQIAP+ no sistema penitenciário brasileiro.

Dentre os parceiros na ambientação do Ateliê Benvenutty, estão a Secretaria da Mulher e da Diversidade Humana;  Malu Suares, da marca Malucinada, que produz camisetas com serigrafias; Emma Verna, da ONG Instituto ECCUS, voltada para cidadania e sustentabilidade; e a ONG Jampa Invisível, na pessoa da artista Fany Miranda @fanycaligrafia.

 

Por: Josélio Carneiro / Imprensa Seap