Peça teatral mostra história da primeira trans a se casar em solenidade coletiva no sistema prisional

Pela primeira vez no Brasil pessoas em privação de liberdade, mulheres trans, interpretarão uma peça teatral fora do ambiente prisional. A iniciativa é uma realização do Tribunal de Justiça da Paraíba, por meio da Vara de Execução Penal (VEP), da Comarca de João Pessoa e da Secretaria de Estado da Administração Penitenciária.

A peça teatral conta a história de Bruna, a primeira mulher trans a se casar em um casamento coletivo, no Sistema Penitenciário estadual e será levada ao palco do Teatro Ednaldo do Egypto. O espetáculo é promovido pelo Projeto ‘Aventuras em série, a história por trás da história’, que faz parte do Programa ‘MoveMente’. A peça estreia no dia 25 de julho, às 18h.

A juíza em substituição da VEP da Capital, Andréa Arcoverde, lembrou que esta é a primeira apresentação teatral do MoveMente com mulheres trans da Penitenciária desembargador Sílvio Porto. “É motivo de grande alegria para a Vara de Execução Penal de João Pessoa realizar um projeto tão significativo, em parceria com a Secretaria de Administração Penitenciária e com a professora Germana Dália”, comentou.

“O projeto tem forte caráter de humanização e dignidade no cumprimento da pena, na medida em que traz esse público diferenciado para novos horizontes de ressocialização. Pessoas antes invisíveis no Sistema Penitenciário, agora, são protagonistas em projetos de ressocialização”, destacou Arcoverde, que ao lado da professora, são fundadoras do MoveMente.

A professora de dança Germana Dália é responsável por coordenar o projeto e os ensaios da peça. “Além desse belíssimo espetáculo, também, trabalhamos com temáticas voltadas à dança, à música e outras manifestações. É importante dizer que, com apoio da Vara de Execuções Penais, com seu olhar diferenciado para o público feminino, foi possível expandir essas ações”. Dália disse, ainda, que o MoveMente gera benefícios à saúde, traz alegria e leveza às reeducandas, com exercícios funcionais, além de prevenir doenças, combater o sedentarismo e a depressão no ambiente prisional.

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Por Fernando Patriota/Comunicação/TJPB com Ascom/Seap-PB