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Governo da Paraíba e Tribunal de Justiça realizam 2ª etapa do casamento coletivo de reeducandos
Um momento significativo para a ressocialização: a celebração da 2ª etapa do casamento coletivo dos reeducandos da Penitenciária de Segurança Máxima Dr. Romeu Gonçalves Abrantes, em João Pessoa. O evento aconteceu nessa terça-feira (19) e contou com a presença de autoridades, familiares e amigos que emocionados ouviram os noivos dizerem “sim”, ao amor, à união e à família.
O projeto do Conselho da Comunidade de João Pessoa foi realizado com o apoio do Governo do Estado da Paraíba, por meio da Secretaria de Estado da Administração Penitenciária (Seap), com as parcerias do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB); Vara de Execução Penal (VEP); Associação dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen); Associação dos Notários e registradores da PB (Anoreg); 1º Cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais de João Pessoa e demais parceiros.
A juíza da Vara de Execução Penal, Andréa Arcoverde, celebrou o enlace matrimonial e formalizou a parceria de vida de 15 casais. O momento, além de oficializar a união dos noivos, também representou a conquista de um sonho e o fortalecimento dos vínculos familiares.
O afeto da família não é apenas um ponto positivo na ressocialização, mas um direito do detento. “Esse sempre foi um dos objetivos da VEP, o fortalecimento das famílias, porque justamente sabemos do poder da família no processo de reintegração social”, ressaltou a magistrada.
O secretário da Administração Penitenciária, João Alves de Albuquerque, destacou a relevância do projeto no contexto da humanização no Sistema Prisional. “Os laços afetivos e familiares exercem papel fundamental na ressocialização daqueles que se encontram privados de liberdade. Essas ações são de grande importância na valorização do reeducando, demonstrando a preocupação com suas famílias”, ressaltou.
O secretário executivo da Seap, João Paulo Barros, coordenador da 1ª. Edição do Projeto Social – Casamento Coletivo, no Sistema Penitenciário de João Pessoa, declarou: “Fico muito feliz e muito mais feliz ainda porque estamos cumprindo uma etapa na execução da pena das pessoas que estão privadas de liberdade, que é fortalecendo o vínculo familiar e consequentemente fazendo com que a reintegração social possa acontecer de forma mais efetiva, porque nós sabemos que todas as pessoas que hoje estão encarceradas, um dia elas irão ganhar liberdade. Então é nosso papel enquanto poder executivo do estado fazer com que cheguem a essas pessoas, que hoje estão aprisionadas, políticas públicas que possam auxiliá-las no processo de reintegração social”.
Especialmente convidado para a abertura do momento festivo, o Prima - Programa de Inclusão através da Música e das Artes tocou a Marcha Nupcial. Em fila, as noivas entraram no salão todo decorado com flores, bolo e o tradicional docinho bem casado, discursos, troca de alianças, muitos abraços e felicitações.
As limitações de um relacionamento não impediram Fernanda de realizar o sonho de casar com seu amado - dentro de uma unidade prisional. Mais do que vestida de noiva, nos moldes tradicionais, ela estava revestida de fé, coragem, força, determinação e muito amor. E representou muito bem todas as 15 noivas que disseram o sim, coletivo.
“Representa muito para mim. É um sonho “nosso” de uma vida toda, um novo recomeço, um novo plano de vida, nova expectativa, e creio que a partir desse passo que estamos dando ele será um novo homem para sociedade, um novo ser, melhor”, ressaltou, emocionada, afirmando que na Paraíba existe ressocialização.
Casar com alguém privado de liberdade para as noivas é uma grande prova de superação, de mudança de vida. “A gente está compactuando o casamento novamente numa decisão de mudança de vida, da vida que ele está deixando pra trás a partir de hoje e iniciando uma nova vida. Este momento provoca sensibilidade no sentido de fortalecer uma mudança interior, de se reinserir na sociedade”, comentou.
Emocionada AL diz que “este momento representa tudo na minha vida. Eu estou ganhando uma nova história hoje”.
Para AS, “é um momento muito importante na vida de nós dois, porque estamos tentando renovar e se unir novamente como família. A ressocialização na verdade está ajudando muito. Ele está próximo de vir pra casa e a gente está querendo mostrar a ele que existe mudança, existe uma nova vida, fora dessa vida dentro da prisão”.
O projeto, idealizado pelo Conselho da Comunidade em 2019, consolida-se com sucesso, evidenciando o compromisso institucional com a valorização dos reeducandos e a promoção do núcleo familiar. A segunda etapa ocorreu no PB1, enquanto a primeira, no último dia 5, no Centro Estadual de Formação de Professores, em Mangabeira, quando foram celebrados 35 matrimônios de apenados da Penitenciária Desembargador Sílvio Porto, e da (Máxima) Geraldo Beltrão e Presídio Desembargador Flóscolo da Nóbrega (Roger). No total 45 matrimônios.
Ambas as etapas contaram com a segurança do GPOE - Grupo Penitenciário de Operações Especiais, Força Tática e reforço policial das unidades prisionais envolvidas.
A realização do Casamento Coletivo dos reeducandos está sendo documentada em um livro que está sendo escrito pela jornalista, Juvinete de Lourdes, pertencente aos quadros da Seap e uma das voluntárias do projeto de inclusão e reinserção social.
Ascom/Seap fotos: Alberi Pontes Secom-PB e Josy Gomes Murta Ascom/Seap