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Programa Celso Furtado premia projetos oriundos de unidades prisionais
A Secretaria de Estado da Educação e da Ciência e da Tecnologia (SEECT) anunciou na noite da última segunda-feira (19) as equipes vencedoras da primeira Edição do Desafio Celso Furtado – Educação em Prisões. Projetos oriundos de Campina Grande, Remígio, Esperança e João Pessoa foram considerados os melhores em cada uma das quatro trilhas de conhecimento do Programa Celso Furtado. Na edição deste ano, o Programa Celso Furtado de Inovação Educacional e Desenvolvimento Regional buscou ampliar a participação do público-alvo, por meio de uma parceria inédita entre a Secretaria de Estado da Educação e da Ciência e Tecnologia e a Secretaria de Estado da Administração Penitenciária (SEAP).
O Desafio do Programa, na edição Educação em Prisões, foi desenvolvido em apenas uma etapa: a escolar, na qual as equipes desenvolveram os projetos com apoio dos/as especialistas. Após o período destinado à construção dos projetos, as equipes submeteram os projetos para que a banca pudesse avaliar de acordo com os critérios estabelecidos em edital: adequação do projeto ao formato proposto no edital; consistência pedagógica e sustentável com a trilha de conhecimento escolhida; inovação social; fomento ao letramento científico e pertinência e relevância da ação proposta. As equipes inscritas no Desafio contaram com uma equipe de especialistas disponíveis para prestar consultoria e auxiliar durante a etapa escolar, principalmente, no processo de elaboração do plano de implementação.
Na edição Educação em Prisões foram premiados: na trilha Bem-Estar Socioambiental, o primeiro lugar ficou com a equipe “Os Desbravadores do Serrotão”, do Presídio do Serrotão, em Campina Grande. Na trilha Desenvolvimento Regional e Sustentável, a vencedora foi a Cadeia Pública de Remígio, com projetos “Hortas para a Liberdade”. Na trilha Instituições Eficazes, ficou em primeiro lugar o projeto “De Olho no Espaço”, da Cadeia Pública de Esperança, em que os apenados construíram telescópios. E na trilha “Educação e Cultura para o Desenvolvimento”, o vencedor foi a equipe “Amor e Cor”, do Instituto de Psiquiatria Forense, em João Pessoa.
As equipes vencedoras receberam acompanhamento pedagógico de especialistas/pesquisadores - inclusive policiais penais - que atuam nas áreas de educação em prisões e Direitos Humanos. Todos os apenados (as) que participaram do desafio receberão certificação de atividade educacional, que poderá ser utilizada para remissão de pena, e os mentores de cada projeto selecionado receberão bolsas no valor de R$800,00 mensais, para o desenvolvimento do projeto, ao longo de 01 ano, por meio da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq).
O anúncio foi realizado durante uma live que contou com a participação de Rubens Freire, secretário executivo de Ciência e Tecnologia, Luiza Iolanda Cortez, coordenadora geral do Programa Celso Furtado, Jarleyde Oliveira, coordenadora do núcleo pedagógico do programa, e Eliane Aquino, gerente de Ressocialização da Secretaria de Estado da Administração Penitenciária.
Para o Secretário Executivo Rubens Freire, “O Programa Celso Furtado passou a ser muito citado em eventos no qual o Governo tem participado. “Tanto o Celso Furtado quanto o Ouse Criar tem encantado positivamente vários parceiros com quem temos interagido. Isso é resultado do esforço das equipes e do Governo. E das pessoas que participam, estudantes e professores, que são mobilizados”.
No anúncio dos vencedores, Iolanda Cortez, coordenadora geral do Programa, disse que “a cada ano o Desafio Celso Furtado foi sendo amadurecido, se tornou um programa e se consolidou como política pública. Assim, uma grande inquietação nossa era tornar o Programa Celso Furtado cada vez mais inclusivo. Não podemos esquecer que Celso Furtado foi um dos primeiros pensadores a incluir no debate econômico essa discussão necessária sobre o combate às desigualdades sociais”.
Iolanda contou ainda que “assim, surgiu este ano a ideia de lançar um edital de fomento e pesquisa científica nas unidades prisionais do estado e que isso pudesse contar como parte da ressocialização das pessoas, no sentido de apoiar o Plano Estadual de Educação em Prisões da Paraíba. “Tivemos uma boa adesão das unidades prisionais do estado”, diz a coordenadora. “Foi um ano de muito aprendizado e de muita beleza para a gente”.