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Paraibanos atingem recorde de inscrições em olimpíadas
Mais de 220 mil alunos da Rede Estadual de Ensino da Paraíba (quase 84%) estão inscritos em olimpíadas de conhecimento nacionais e estaduais neste ano. Esta é a maior participação de alunos na história paraibana, presentes em sete olimpíadas. Foi o estado que superou o número de inscrições do Brasil na Olimpíada Brasileira de Física das Escolas Públicas (OBFEP); também foi o segundo maior número de inscritos na Olimpíada Nacional de Ciências (ONC). Nesta semana, cerca de 18 mil alunos farão a primeira fase de provas para a X Olimpíada Paraibana de Química (OPBQ).
A Secretária Executiva de Gestão Pedagógica da Secretaria Estadual de Educação e da Ciência e Tecnologia (SEECT), Giovanna Lopes Marques, retoma a história e lembra que “olimpíadas do conhecimento, no mundo, existem desde o século XIX, com uma tradição muito forte nos países do Leste Europeu. A Olimpíada de Matemática, cronologicamente, abriu caminhos para que outras disciplinas também realizem essas experiências, não só em escala local, mas em escala planetária”.
Hoje, no Brasil, as escolas públicas e privadas participam desses eventos em vários campos do conhecimento. Na Paraíba, a SEECT priorizou o incentivo à participação dos estudantes nessas atividades e designou o professor da rede estadual, Mozart Edson Lopes Guimarães, para motivar e auxiliar as escolas com as inscrições. “Observo que muitos alunos ainda não têm conhecimento sobre a existência de olimpíadas de conhecimento, como também alguns professores; por isso, entendemos ser de grande importância que todos tenham a oportunidade de mostrar seus potenciais dentro das diversas áreas do conhecimento”, pondera Mozart.
“Para 2020, teremos uma ação mais forte porque estamos formando um núcleo olímpico, com o objetivo de garantir todas as condições necessárias para que a participação dos nossos estudantes se transformem também em resultados de aprendizagem”, informa a secretária Pedagóica Giovanna Lopes.
Há alunos das escolas estaduais na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas, (OBMEP), na Olimpíada Brasileira de Física das Escolas Públicas (OBFEP), na Olimpíada Paraibana de Química (OPBQ), na Olimpíada Brasileira de Química (OBQ), na Olimpíada Nacional de História do Brasil (ONHB), na Olimpíada Nacional de Ciências (ONC), e na Olimpíada de Língua Portuguesa.
Além disso, os alunos participam de outros concursos e atividades extracurriculares, como o concurso promovido pela Controladoria Geral da União – um concurso de redação com a temática “Faça o que é certo, ainda que ninguém veja”; e o concurso de redação promovido pela SEECT, por meio da Fundação de Apoio à Pesquisa (Fapesq-PB), da Semana Nacional da Ciência e Tecnologia, desenvolvendo o tema “Bioeconomia: Diversidade e Riqueza para o Desenvolvimento Sustentável”.
Educação escolar se alinha ao projeto de vida do aluno
No projeto de educação do Governo do Estado da Paraíba, as escolas são flexíveis, com disciplinas extras, permitindo que o aluno escolha a sua trajetória em função do seu projeto de vida. Dentro dessa perspectiva, a participação em olimpíadas do conhecimento amplia as oportunidades. O Secretário Estadual da SEECT, Aléssio Trindade, atribui o envolvimento dos alunos nas olimpíadas por se encaixarem aos seus projetos de vida. “O engajamento de uma escola nos conhecimentos teóricos e na vivência, leva a esse movimento de sonho que tanto dá os resultados, como vemos hoje, de alta aprovação no Enem, como surpreender o país sendo o estado com o maior número de inscrições nem uma olimpíada de Física”, diz Aléssio.
O secretário acredita, ainda, que a integração em uma mesma secretaria, da Ciência e Tecnologia à Educação, aproximou, por meio da Fapesq e dos programas de Ciência e Tecnologia, as universidades à escola. “É o que está acontecendo na Paraíba, a população está ganhando em todos os aspectos. O crescimento da Paraíba se dará pelo crescimento das pessoas”, afirma Aléssio.
Nesse ano, o Governo do Estado, por meio da Fapesq, lançou um edital inédito de apoio a projetos de olimpíadas científicas. “Foi a primeira vez que a Fapesq lançou um edital com essa temática e queremos, no próximo ano, fazer uma aderência ainda maior das nossas ações estaduais com as olimpíadas nacionais”, afirma o presidente da Fapesq, Roberto Germano.
A secretária Pedagógica, Giovanna Lopes, corrobora a integração dos incentivos: “Os subsídios garantem a participação dos nossos alunos e permitem que as escolas invistam em processos que dão a possibilidade ao aluno e à rede, como um todo, de alçar outros voos”.
Prática experimental faz diferença no ensino
A Física não é complicada para a turma de alunos do segundo ano do Ensino Médio, da Escola Cidadã Integral Professora Liliosa de Paiva Leite, em João Pessoa. Os 220 alunos que frequentam a escola fizeram a prova da Olimpíada Brasileira de Física das Escolas Públicas (OBFEP).
Poucas horas antes da prova, os estudantes não demonstravam o mínimo traço de nervosismo. Na sala especial de Física, decorada com desenhos pedagógicos e fórmulas nas paredes, eles comentavam, tranquilamente: “Não tem porque ficar nervoso, estudamos o conteúdo, é só responder as questões”. “Tranquilaço!”. “A gente entende a explicação do professor”; “nas práticas, podemos ver o que acontece, como quando estudamos calorimetria, por exemplo”; (o professor de Física Santiago, Tomaz Ribeiro Filho, esclareceu que foi uma aula em que eles usaram um “mergulhão elétrico” – um ebulidor – para estudar temas relacionados ao calor).
“O nível da prova de Física é complexo, mas a escola integral favorece com mais tempo para o trabalho das habilidades dos alunos para encararem esse desafio, fala o professor Santiago. A escola desenvolve as Práticas Experimentais, uma disciplina que une a teoria à prática. O professor garante que é ali onde o aluno se sente mais instigado a aprender.
A secretária pedagógica da SEECT complementa: “Quando os estudantes se envolvem nesses processos ligados à uma olimpíada do conhecimento, eles conseguem aprofundar os saberes de maneira científica. E aquilo que os alunos fazem com outras metodologias, provocando os professores a apresentarem novas abordagens, metodologias diferenciadas para o bom desempenho dos alunos numa trajetória de olimpíada, não se resume ao ato de fazer a prova. Quando o processo se encerra, toda a vivência que o aluno participou, o trabalho que o professor teve, compreendendo novas formas de ministrar um conhecimento, isso vai voltar para a sala de aula, vai virar troca na rede estadual.”
Participação das escolas estaduais da PB em olimpíadas do conhecimento em 2019:
OBMEP (Matemática) - 82% da rede estadual inscrita, 534 escolas
Olimpíada de língua portuguesa - 70% da rede inscrita, 458 escolas
ONC (Ciências) - 60% da rede inscrita, 364 escolas
OBFEP (Física) - 38% da rede inscrita, 185 escolas
OPBQ (Química) - 74% da rede inscrita
Total de escolas na Rede de Ensino Estadual na PB: 653