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Processo de internacionalização

Governo da Paraíba vai ao Porto para promover o Fórum Internacional do Forró de Raiz

publicado: 29/05/2024 14h15, última modificação: 31/05/2024 09h53
Evento vai ser realizado em parceria com a Secretaria de Cultura do Estado de Pernambuco (Secult-PE), a Associação Cultural Balaio Nordeste e o Fórum Nacional de Forró de Raiz.

Vai ser realizado neste próximo fim de semana, em Porto, Portugal, o Fórum Internacional do Forró de Raiz, uma iniciativa em que o Governo da Paraíba, por meio da Secretaria de Estado da Cultura da Paraíba (Secult-PB), se une a outras instituições para promover um processo de internacionalização do forró enquanto ritmo e dança. Serão dois dias de programações, ao longo do sábado (1º) e do domingo (2), e que vai acontecer no Instituto Pernambuco Porto.

O evento foi inicialmente pensado a partir de uma parceria da Secult-PB com a Associação Cultural Balaio Nordeste, mas pouco a pouco foi recebendo a adesão de outras instâncias, como a Secretaria de Cultura do Estado de Pernambuco (Secult-PE) e o Fórum Nacional de Forró de Raiz.

O evento começa no sábado (1º) com uma cerimônia de abertura a partir das 15h. Logo em seguida, vai ser realizada a mesa-temática “a construção do forró como patrimônio cultural imaterial da humanidade”. Já no sábado, novos debates vão ser realizados no turno da tarde, com temas diversos.

Para além disso, nos dois dias serão realizadas oficinas e feiras gastronômicas com comidas típicas do Nordeste brasileiro. Já as apresentações culturais ficarão reservadas para o turno da noite. No primeiro dia, se apresentam os paraibanos Sandrinho do Acordeon, Bira Delgado e Luiz Bento e o pernambucano Dorico Alves. Já no segundo dia, se apresentam o sergipano Robson Batinga, a piauiense Écore Nascimento, a paraibana Sandra Belê e a maranhense Flávia Bittencourt. Todos com apresentações que dão uma centralidade ao forró.

O secretário de Estado da Cultura da Paraíba, Pedro Santos, destacou a importância de fortalecer o forró enquanto patrimônio nordestino e pontuou que, ao mesmo tempo, a região só tem a ganhar com a internacionalização do ritmo.

“O forró é uma das identidades possíveis do povo nordestino. Então apresentá-lo fora do país, torná-lo mais conhecido, criar uma base de admiradores dora do país, é uma forma de mostrar uma expressão cultural que é genuinamente nossa. Ao mesmo tempo, abre novas possibilidades de circulação cultural para os nossos artistas”,  comentou Pedro.

Sobre a mesa-temática que abre o evento, que trata da transformação do forró como patrimônio imaterial da humanidade, esse é um pleito liderado a princípio pela Secult-PB e pela Associação Cultural Balaio Nordeste e que já conta com o apoio de outros 14 estados brasileiros e de ao menos 30 outros países além do Brasil. De toda forma, o pedido oficial para o reconhecimento tem que partir do Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que em 2021 já o reconheceu como patrimônio imaterial nacional.

“Foi a Paraíba quem primeiro puxou esse projeto, mostrando a força e a resistência de nosso povo”, destacou Pedro.

A propósito, antes do Fórum Internacional, as secretarias de Cultura da Paraíba e de Pernambuco, a Balaio Nordeste e o Fórum Nacional de Forró de Raiz vão participar na quinta-feira (30) de um encontro na Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Vai ser uma oportunidade justamente de reforçar o pedido para que a Unesco trate da questão do forró enquanto patrimônio imaterial da humanidade tão logo o pedido de salvaguarda do Iphan seja enviado.

A secretária de Cultura do Estado de Pernambuco, Cacau de Paula, destaca as origens do ritmo para a identidade regional. “O forró é parte da alma e da identidade nordestina. Todos nós de raízes nordestinas somos imediatamente tomados pela sensação de pertencimento ao ouvir um acorde musical de uma sanfona”, destacou.

Já Joana Alves, que é presidente-fundadora da Associação Cultural Balaio Nordeste, que tem sede em João Pessoa, enfatiza que a sua mobilização em torno da internacionalização do forró começou em 2012 e que foram necessários nove anos até se conseguir a salvaguarda do Iphan. Desta vez, ela calcula que o processo na Unesco será mais rápido, mas que ainda assim deve durar até 2026 ou 2027.

“Nós estamos indo até Paris e à Unesco para dizer que queremos o nosso patrimônio reconhecido. Mas é um processo lento mesmo. O Iphan, por exemplo, ainda precisa publicar e enviar à ONU a ação de salvaguarda do patrimônio nacional com relação ao forró”, resume Joana.