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Centenário em 2027

Celebração pelos 10 anos de morte de Ariano Suassuna antevê comemorações do centenário do escritor

publicado: 24/07/2024 18h19, última modificação: 25/07/2024 14h24
Nessa terça-feira, em Tapeoá, foram quase 15 horas de homenagens e de cultuação à obra do escritor paraibano.
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Foi considerado um grande sucesso o evento de celebração dos dez anos de morte do escritor paraibano Ariano Suassuna, que foi batizado de “Só sei que foi assim! Dez anos de encantamento de Ariano Suassuna”. A programação aconteceu ao longo de mais de quinze horas dessa terça-feira (23) no município de Taperoá, Sertão da Paraíba, terra onde ele viveu durante sua juventude e que foi imortalizada em muitas de suas obras.

A ação foi uma iniciativa do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Cultura da Paraíba (Secult-PB), e passou por muitos dos lugares da cidade que eram caros para o escritor. E para o secretário de Estado da Cultura da Paraíba, é um evento que inicia com alguma antecedência aquilo que será mais a frente as comemorações pelo centenário de Ariano.

“Foi uma grande celebração. Marca esses dez anos de encantamento de Ariano Suassuna e marca também o início do processo que vai culminar em 2027 com a celebração do centenário do nosso grande mestre. Ariano Suassuna merece tudo isso. Ariano representa muita música, muito teatro, muita arte produzida e que teve a Paraíba como protagonista”, comentou Pedro Santos.

A celebração foi extremamente diversa, multicultural e itinerante. Começou nas primeiras horas da manhã com uma alvorada musical realizada pela Filarmônica Municipal Maestro João Ferreira de Souza, passou por visita à Casa Museu de Ariano Suassuna e depois foi seguida por um cortejo cultural que levou todos à Praça João Suassuna, que leva o nome do pai de Ariano. Em torno dos diferentes espaços da praça, teve ainda muita música, debates e apresentação teatral em torno da vida e da obra do homenageado que só se encerrou à noite.

A viúva e os filhos de Ariano Suassuna estiveram presentes e foi o artista plástico Manuel Dantas Suassuna, filho de Ariano, que falou em nome dos familiares. Ele lembrou do legado do pai, disse que sua obra vem sendo respeitada tal como ele pediu ainda em vida e divulgou o que vem pela frente.

“Nesses dez anos, nós reeditamos os livros dele com a minha direção de arte. Lançamos livros inéditos, textos inéditos, e este ano está previsto a publicação de sua poesia completa”, resumiu.

Já o escritor e poeta Bráulio Tavares, também presente nas homenagens a Ariano, ressaltou a relação desse com o Sertão e com a Paraíba e como ele redimensiona esses lugares. “Ariano Suassuna nos deixou fisicamente, mas nos deixou também rodeados pela sua presença, pela sua imagem, pelas suas palavras, pelas suas ideias. Ariano deixa para todos nós esse exemplo de um cara que mesmo nos piores momentos nunca deixou de acreditar no Brasil, de acreditar na Paraíba e de acreditar no Sertão”, destaca.

O dia que marcou os dez anos de morte de Ariano Suassuna reuniu principalmente muita gente de Taperoá, incluindo aí uma nova geração de artistas. Era o caso da jovem poeta Ellis Gouveia, de 16 anos, que se disse privilegiada por acompanhar tudo o que se viveu ao longo do dia.

“Foi um dia para lembrarmos do encantamento de Ariano e de sua importância para a literatura e para a cultura brasileira. Estar aqui é estar me enriquecendo de cultura, de arte, de história e de tudo o que representa esse mundo artístico. Como poeta, como fã de Ariano, como taperoaense, ele consegue transparecer a arte e ao mesmo tempo nos tocar de todas as formas possíveis”, concluiu.