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Plataforma Aruandaplay é vitrine para audiovisual nordestino

publicado: 18/02/2024 00h00, última modificação: 19/02/2024 14h09
Com apoio do Governo do Estado e financiamento via Secties e Fapesq, streaming paraibano está disponível gratuitamente
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O coordenador Lúcio Vilar, no lançamento do Aruandaplay, no Cine Banguê/ foto: divulgação
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O secretário Claudio Furtado e o coordenador Lúcio Vilar no lançamento em 2022/ foto: divulgação
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'Flora, a Mãe do Rei' é um dos curtas que podem ser assistidos na Aruandaplay/ foto: divulgação
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A animação 'Pantera dos Olhos Dormentes' é um dos curtas que podem ser assistidos na Aruandaplay/ foto: divulgação
31-01-24 Lançamento Aruanda Play foto @myimagem  (8)
Claudio Furtado e Lúcio Vilar no lançamento em 2022
Flora, a Mãe do Rei (1)
PANTERA DOS OLHOS DORMENTES - 2

A pandemia da covid-19 em 2020, que provocou a necessidade de isolamento social por quase dois anos, atingiu, entre tantos segmentos, os festivais de cinema. Assim, o Fest Aruanda, realizado anualmente em João Pessoa desde 2005, foi um dos que precisou encontrar soluções para não passar em branco. A resposta veio do streaming: a criação da plataforma Aruandaplay (https://www.aruandaplay.com.br), por onde os filmes foram exibidos naquela ocasião. Hoje, a plataforma ganhou vida própria, com o apoio do Governo do Estado, através da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Superior (Secties) e da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq), se tornando uma importante vitrine para a produção audiovisual da Paraíba e do Nordeste.

O projeto “Conexões Cinema e Educação – Audiovisual & Inovação Tecnológica no Ensino Superior através da plataforma Aruandaplay” teve um lançamento oficial dia 31 de janeiro, no Cine Banguê, em João Pessoa. A nova edição da plataforma vai premiar o filme de curta-metragem mais assistido até dia 31 de março com um Troféu Aruanda/Secties/Fapesq.

“O projeto Aruandaplay tem um grande potencial ao divulgar a produção audiovisual da Paraíba, do Nordeste, também de estudantes e de uma série de pessoas que estão à margem do roteiro mais comercial do audiovisual”, comenta o secretário de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Superior, Claudio Furtado. “É genuinamente paraibana e superinovadora não só para o Nordeste, mas para o Brasil: uma plataforma gratuita, voltada para a produção nacional”.

“Em 2020, no ápice do período pandêmico, os festivais de cinema, para garantir a sobrevivência, tiveram que lançar mão do streaming”, explica Lúcio Vilar, jornalista e cineasta, coordenador do Fest Aruanda e curador da Aruandaplay. “Foi o que se denominou logo depois de fenômeno da plataformização que, aliás, envolveu grandes corporações, universidades, escolas e a própria vida cotidiana, com as lives familiares etc”.

A partir daí, Vilar projetou que a Aruandaplay poderia ser uma ferramenta para a educação e o audiovisual local, estadual, funcionando o ano inteiro e não apenas durante o festival. “Mas não tivemos ‘pernas’ para dar conta e realizamos mais uma edição, em 2021, recorrendo à plataforma, neste ano já em formato híbrido. Somente em 2022 e 2023 é que a Aruandaplay entrou em operação em tempo real, materializando a ideia que surgiu na pandemia”.

Para esse salto, o Governo da Paraíba foi um apoio importante. “O secretário Claudio Furtado, ainda na Secretaria de Estado da Educação, em 2022, foi quem primeiro acreditou e abraçou o projeto em sua primeira versão, que combinava janelas educativas e focadas na produção audiovisual curta-metragista paraibana”, lembra Vilar. “Em 2023, mais uma vez é o secretário Claudio Furtado, desta vez ocupando a pasta da Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Superior, que apoia o projeto que foi também aprovado pela Fapesq. Foram essas duas instâncias que apostaram e viabilizaram esse formato, sem precedentes no Nordeste, diga-se. O governador João Azevêdo anunciou a novidade no Fest Aruanda do ano passado e o secretário de Estado da Cultura, Pedro Santos, também sinalizou envolvimento”.

A Aruandaplay expandiu os horizontes para se converter em uma janela voltada para o audiovisual nordestino. “Nosso slogan mudou e agora é ‘Do Nordeste para o mundo’. E é nessa seara que vamos trafegar ao longo de 2024”, conta Lúcio Vilar. “No cardápio lançado dia 31 entraram 33 conteúdos de filmes premiados e exibidos no último Fest Aruanda. São curtas-metragens paraibanos, de estados nordestinos e de outras regiões do país. Em abril, devemos contar com longas-metragens nordestinos, já estamos em contato com diretores e produtores”. Veja a lista dos novos curtas no quadro nesta página.

 

 

Festival começou dedicado a produções universitárias

 

O festival nasceu em 2005, como Fest Aruanda do Audiovisual Universitário Brasileiro, dedicado, como o nome indica, à produção nascida nas universidades. “Mas, desde a primeira edição, já tivemos uma competição nacional de TV Universitária, preservada até hoje. A mudança foi em 2007, na terceira edição do evento, quando suprimimos a nomenclatura universitária como forma de evitar restringir o evento apenas a produções de estudantes”, recorda Vilar.

A partir daí o festival cresceu, exibindo também não só curtas, mas longas-metragens brasileiros ainda inéditos nos cinemas. “Abrimos o leque para a diversidade, enriquecemos as mostras competitivas e especiais, porém, sem abdicar da categoria TV Universitária e produções universitárias independentes que, no ano passado, teve um crescimento de mais de 40% de participação em inscrições”, diz o coordenador.

 

 

 

Os novos curtas do catálogo

 

A Aruandaplay, no contexto da ascensão dos streaming no mercado, é uma ação lógica. “Fazemos a curadoria e temos produtores do Fest Aruanda, bolsistas da UFPB e a Bolandeira Arte & Films, nossa produtora, que chancela a iniciativa desde 2020 quando a plataforma foi criada exclusivamente em função da garantia de realização do festival”, diz Lúcio Vilar.

O acesso aos filmes na plataforma é possível através de um cadastro gratuito e os filmes estão divididos em mostras exibidas no Fest Aruanda: Competitiva de Curtas Nacionais; Sob o Céu Nordestino, de curtas paraibanos; Caleidoscópio Universitário, com curtas da UFPB; Competitiva Internacional Aruanda/ Lusófona, com curtas da Universidade Lusófona de Portugal e da União Europeia.

 

 

Competitiva de Curtas Nacionais:

- “O Presente”, de Ursula Marini (RJ)

- “José Sette Cinema Infernal”, de Sávio Leite (MG)

- “O Destino da Senhora Adelaide”, de Breno Alvarenga e Luiza Garcia (MG)

- “Sereia”, de Estevan de la Fuente (PR)

- “Vão das Almas”, de Edileuza Penha de Souza e Santiago Dellape (DF)

- “Emerenciana”, de Larissa Nepomuceno (PR)

- “Feira da Ladra”, de Diego Migliorini (SP)

- “Travessia”, de Gabriel Lima (RJ)

- “O Brilho Cega”, de Carlos Mosca (PB)

 

Sob o Céu Nordestino:

- “Para Onde Eu Vou?”, de Fabi Melo (PB)

- “Pantera dos Olhos Dormentes”, de Cristall Hannah e Ingsson Vasconcelos (PB)

- “Flora, a Mãe do Rei”, de Geóstenys de Melo Barbosa (PB)

- “Flor dos Canaviais”, de Lívio Brandão e Lucas Machado (PB)

- “Abrição de Portas”, de Jaime Guimarães (PB)

- “O Orgulho Não é Junino”, de Dimas Carvalho (PB)

 

Caleidoscópio Universitário:

- “Gasolina”, de Luiz Filho, André Firmino e Ricardo Felix (PB)

- “Ampulheta”, de Gil de Souto (PB)

- “Moeda da Sorte” de Filipe Augusto Oliveira (PB)

- “Sutil Encontro”, de Lorenzo Starling (PB)

- “Afro da Pele”, de Andrews Lucena e Will Rocha (PB)

- “De Olhos Bem Pretos”, de Darmin (PB)

- "Nheengatu", de Luiz Manoel Pereira Filho e Caio Bontempo (PB)

- “Arlinda – O Filme”, de Jonny Herbert (PB)

- “Queride, Bowie”, de Flora Valverde (PB)

- “Dim”, de Ana Carla Lima (PB)

- “Volte, Meu Bem”, de Amanda Pedrosa (PB)

- “Sete Dias” de Heleno Florentino (PB)

- “Respire”, de Will Rocha (PB)

 

Competitiva Internacional Aruanda-Lusófona:

- “Strawberry Shake”, de Lou-Andréa Fière (Portugal)

- “Rumo ao Nada”, de Pedro Blu (Portugal)

- “Punkada”, de Gonçalo Barata Ferreira (Portugal)

- “Fora de Mim”, de David Grenho e Márcio Valente (Portugal)

- “Todas as Ondas”, de Felix Cognard (Portugal)

 

Texto: Renato Félix