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SEMINÁRIO

Pesquisadores mostram potencialidades do semiárido

publicado: 04/11/2022 00h00, última modificação: 08/02/2023 11h26
Fundações de amparo à pesquisa de todo o Nordeste se reuniram em João Pessoa para apresentar seus projetos para a região
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O seminário teve o apoio da Fapesq-PB/ foto: Delmer Rodrigues
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O seminário teve o apoio da Fapesq-PB/ foto: Delmer Rodrigues
Divulgação
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Renato Félix

 

O semiárido brasileiro ainda é vítima de uma estigma: o de ser uma região pobre e sem potencialidades. Mas pesquisadores têm se esforçado para derrubar esse preconceito. Um desses passos foi o 1° Seminário de Acompanhamento dos projetos aprovados no âmbito do Edital nº 4/2021 - Programa de Desenvolvimento da Pós-Graduação (PDPG) - Apoio ao Desenvolvimento da Região Semiárida Brasileira, realizado em João Pessoa nos últimos dias 6 e 7 de outubro, com o apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa da Paraíba (Fapesq-PB).

O evento foi promovido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) no auditório do Sesc Cabo Branco. A ideia foi indicar as vocações e potencialidades identificadas na região semiárida em que se realiza o projeto e como se dará a formação de mestres e doutores e realização de pesquisas. Participaram pesquisadores de diversos estados.

“A realização do seminário foi muito produtiva. O evento cumpriu o seu objetivo de acompanhar os projetos implementados em 2021”, avalia a professora Zena Martins, diretora de Programas e Bolsas no País, da Capes, que esteve presente ao evento. “Não tínhamos a expectativa de encontrar resultados, ainda. A intenção do seminário era muito mais de integrar, de permitir a troca e o compartilhamento de informações e de conhecimentos, entre os projetos. Foram dois dias bem proveitosos porque todos puderam acompanhar o planejamento e a execução das demais pesquisas. Essa dinâmica, além de alinhar as ações em desenvolvimento, possibilita a criação de redes de cooperação e o fortalecimento dos grupos envolvidos”.

Roberto Germano, presidente da Fapesq-PB, destaca a riqueza das apresentações realizadas por quase todas as fundações de pesquisa do Nordeste (o Rio Grande do Norte foi a única exceção). “Bem como a fundação de Minas Gerais, que participou com seus projetos referentes ao norte do estado de Minas, que pertence à área de atuação da Sudene”, completa. Para ele, a escolha da Paraíba para sediar o evento possui um simbolismo importante. “A Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba, como foi bem dito pela Capes, participou da elaboração deste edital, inclusive com a construção de uma minuta. Em reconhecimento ao trabalho da Fapesq-PB voltado ao semiárido, João Pessoa foi escolhida para sediar este evento”.

30 projetos foram apresentados nos dois dias de evento, mostrando que há onde buscar esse desenvolvimento, sob diversos aspectos. “Uma área foi focada como extremamente importante para o desenvolvimento da região: a agroindustrial’, analisa Germano. “Nós tivemos projetos levantando alternativas econômicas regionais, gerando inclusive produtos já disponíveis para a sociedade, bem como a potencialidade, levantada aqui pela Paraíba, do leite caprino gerando produtos e tecnologias para o fortalecimento do setor queijeiro do nosso estado”.

Zena Martins, da Capes, também destacou um projeto apresentado pela fundação de Minas Gerais. “O projeto sob coordenação da professora Sílvia Nietsche, da UFMG, e do professor Abner Carvalho, da Unimontes, ‘Desenvolvimento de novos produtos a partir de microrganismos e biomoléculas prospectados no semiárido e sintetizados em plataformas biotecnológicas de interesse para a cadeia de produção de alimentos’, é muito promissor e nos dá a dimensão da importância da biotecnologia para a produção agrícola na região do semiárido, mais pontualmente na parte que compreende o norte do estado de Minas Gerais”.

 

 

Os projetos apresentados

 

PARAÍBA

– Ações inovadoras para valorização e sustentabilidade da cadeia produtiva do leite caprino no semiárido brasileiro.

– Desenvolvimento e aplicação de tecnologias sociais para o fortalecimento das atividades agroindustriais em municípios do semiárido do nordeste

– Desenvolvimento de produtos farmacêuticos e alimentícios provenientes de matéria-prima vegetal e animal da região semiárida brasileira

– Ciências ômicas aplicadas ao desenvolvimento agropecuário sustentável do semiárido .

 

BAHIA

– Enzimas no semiárido baiano: Aplicações biotecnológicas como diferencial para o setor produtivo de alimentos da região .

– Monitoramento, captação e processamento de água para uso agroindustrial e aproveitamento de resíduos agroindustriais no solo, visando a produção agrícola no Território de Identidade do Sudoeste Baiano

– Nutrição, cultivo e potenciais biotecnológicos de mandacaru e palma forrageira

– Agroindústria e energias renováveis : sustentabilidade socioambiental e perspectiva de redução de custos com melhoria da qualidade de vida dos agricultores familiares

 

MINAS GERAIS

– Desenvolvimento de novos produtos a parJr de microrganismos e biomoléculas prospectados no semiárido e sintetizadas em plataformas biotecnológicas de interesse para a cadeia de produção de alimentos

– Obtenção de ingredientes com potencialidades funcionais a partir de frutos do semiárido norte mineiro com aplicações tecnológicas em matrizes alimentícias

– Cadeia de valor do mel no Semiárido mineiro – análise ecológica, socio-econômica e organoléptica com vistas a exportação e ampliação do mercado de meios especiais

 

PERNAMBUCO

– Biotecnologia para promoção da sustentabilidade Hídrica, Alimentar, Energética e Ambiental do semiárido nordestino - Biotec Semiárido

– Biotecnologias para o Desenvolvimento do Semiárido Pernambucano

– Inovações agroindustriais para o desenvolvimento econômico e social do semiárido pernambucano

– Biotecnologias para o desenvolvimento ambiental, socioeconômico e tecnológico do semiárido pernambucano

 

SERGIPE

– Condicionamento e fertilização do solo do semiárido sergipano empregando biocarvão e derivados, visando o uso racional de água e o desenvolvimento da agricultura – Semiárido FORTE

– Transformando recursos genéticos do semiárido em produtos sustentáveis para o agronegócio

– Processamento integral da biomassa do licuri para fortalecimento da economia circular no semiárido

– Desenvolvimento de bioformulações da flora do Semiárido para tratamento de lesões cutâneas

 

CEARÁ

– Prospecção de recursos biológicos e bioativos do Semiárido

– Biotecnologia aplicada à saúde humana, animal e vegetal no semiárido

– Organização socioeconômica, ambiental e desenvolvimento rural sustentável no semiárido

– Aproveitamento de subprodutos e resíduos da atividade agroindustrial no semiárido

 

MARANHÃO

– Fitofuncionais: Desenvolvimento de alimentos funcionais aplicáveis à saúde humana e animal a partir de plantas do semiárido.

 

ALAGOAS

– Biotecnologia em saúde no desenvolvimento do semiárido alagoano

– Desenvolvimento sustentável da agricultura no semiárido alagoano

– Biotecnologia, Recursos Naturais e Desenvolvimento do Semiárido Alagoano

 

PIAUÍ

– Bioprospecção de meios para produção in vitro de embriões caprinos e ovinos: uma necessidade biotecnológica para o semiárido piauiense

– Tecnologia sustentável para o semiárido piauiense: uso de bactérias promotoras de crescimento para otimizar o desenvolvimento, fisiologia e produtividade da palma forrageira para alimentação animal.

– Do semiárido para o semiárido: desenvolvimento biotecnológico de hidrogéis superabsorvente provenientes de fontes vegetais para uso eficiente de água e de nutrientes