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EDITAL
Ouse Criar está com inscrições abertas até dia 12
Renato Félix e Márcia Dementshuk
O Ouse Criar, projeto que estimula o espírito empreendedor em estudantes do Ensino Médio da Rede Estadual de Ensino, está acompanhando seus primeiros “formandos” – as equipes que estão no último dos três anos do programa, oriundas do primeiro edital, de 2020. Ao mesmo tempo, está com um novo edital aberto, até 12 de setembro, para selecionar mais alunos e convidá-los a desenvolver projetos que propõem soluções para problemas apontados pelo mercado. E esta participação do mercado é uma das mudanças deste edital em relação aos anteriores.
As diferenças começam pelo alcance do público-alvo. Desta vez, o Ouse Criar não é só dirigido a estudantes, mas também a jovens entre 18 e 29 anos. “O Ouse Criar, este ano, lança uma categoria que abarca essa juventude”, explica Giovania Lira, coordenadora do programa. “Uma categoria específica para esse pessoal resolver problemáticas dentro do mercado e do seu ambiente. Nosso marco legal permite que a gente trabalhe também com egressos da rede estadual. Se o jovem terminou até 10 anos antes em uma escola pública ou universidade pública estadual, ele tem direito a montar um time e participar do programa”.
Este ano, o edital (que pode ser acessado aqui) elenca mais de 70 desafios espalhados em 12 categorias, como educação, economia solidária, mobilidade urbana, saúde, empregabilidade, saúde mental do jovem, cidade sustentáveis, habitação. “O estudante pode escolher uma temática e um desses 70 desafios para resolver durante a trilha do Ouse Criar”, diz a coordenadora. “A gente trabalhava com eixos de atuação e agora resolvemos expandir mais a quantidade e a possibilidade de o estudante escolher desafios. A gente conversou com o mercado, fez um mapeamento: o que mercado tem como desafios?”.
O participante agora terá um direcionamento mais preciso das áreas a atuar e para onde apontar seu talento. “Vai dar oportunidade para o jovem resolver essas problemáticas e de encaixá-los também nas demandas que o mercado precisa”, conta. A gente está dizendo: ‘Ó, é isso que o mercado quer que você resolva. Segue por aqui que possivelmente isso vai te dar uma oportunidade melhor de você ser captado por uma empresa ou sua startup ter um sucesso maior no final do ciclo’”.
Isso porque, para a criação desses terceiro edital, o Ouse Criar foi ao mercado ouvir os empresários. “Antes, a gente trabalhou muito na linha de buscar soluções locais. A novidade este ano é que a gente foi ao mercado, foi às indústrias, foi aos empresários e perguntou para essa galera. As empresas abrem suas portas e apresentam seus problemas”, conta.
Uma equipe de experts de mercado marcou reuniões com as indústrias e pessoas do ecossistema de inovação. “A gente elencava e mapeava con eles de cinco a sete desafios naquela área”, explica Giovania Lira. “Depois a gente vai ter essas empresas conversando com os estudantes, validando essas soluções com eles. Vamos lançar 10 empresas madrinhas do Ouse Criar, com mentoria, visitas a seus espaços. Com gente do mercado conversando com os estudantes”.
Passo a passo da jornada
O ciclo do Ouse Criar dura três anos. A fase um é a da seleção; a fase 2, a de desenvolvimento; e a fase 3, de startups. “A meta desse ano é que a gente tenha uma equipe por escola”, afirma Giovania. “A gente tem quase 600 escolas que tem 1º ano do Ensino Médio, então a gente pretende ter aproximadamente 600 equipes inscritas nesse primeiro momento”. O que somaria entre 4 e 5 mil participantes, entre estudantes e egressos.
Os alunos se inscrevem através de um vídeo de 3 minutos, dizendo os motivos que o levaram ao desafio escolhido. A partir daí, há um afunilamento para se chegar a mais ou menos 100 equipes, que vão participar da etapa estadual. “Elas vão participar de uma maratona de prototipação, que vai acontecer na Expotec, em novembro”, adianta a coordenadora. “Vai ter pitchs regionais, eles vão ter acesso a conteúdos específicos de empreendedorismo, com os quais eles vão poder se aprimorar e sua solução ser lapidada”.
Dessas 100 equipes, só 30 passam para o segundo ano. Nessa fase 2, cada equipe recebe um fomento de R$ 5 mil para iniciar os seus trabalhos. Para o terceiro ano, só passarão 20 equipes, que recebem, cada uma, R$ 20 mil: aí é a hora de montar a startup para o mercado. Da turma que ingressou no programa em 2020, 12 equipes estão na incubadora do Parque Tecnológico Horizontes de Inovação.
O Ouse Criar é um programa da Secretaria de Estado da Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (Seect), executado pela Secretaria Executiva de Ciência e Tecnologia (SEC&T), em parceria com a Secretaria Executiva da Juventude (Sejuv/ Sejel), e financiada via Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq-PB). E o programa também vem aprendendo nesses anos, como mostra o redirecionamento da proposição de desafios.
“Perguntam: ‘O objetivo desses meninos é formar uma startup?’. Sim e não”, responde Giovania Lira. “Se formarem, ótimo. Mas se eles conseguiram adquirir todas as habilidades e competências necessárias para o profissional do século 21, então o Ouse Criar atingiu o seu objetivo”.
Equipes na terceira fase do Ouse Criar:
Gewinner
Escola: ECIT Pastor João Pereira Gomes Filho (João Pessoa)
Professor Responsável: Renato Soares. Estudantes: Arielly Amorim de Lima, Guilherme Sales do Nascimento, Maria Eduarda Belmiro Fernandes, Rômulo Henrique Nascimento Duarte.
Proposta: Produção e desenvolvimento de um novo sistema de passagens para o transporte público de João Pessoa.
Coopera Coremas
Escola: Escola Cidadã Integral e Técnica Nobel Vita (Coremas)
Professor Responsável: Joscelino dos Santos. Estudantes: Aline Alves, Andreza Mendes, Maria Rita, Fabíola Martins e Wesley Emanoel
Proposta: Plataforma de vendas para produtos agrícolas e pecuários oriundos dos produtores de médio e pequeno porte de Coremas.
Transeuntes
Escola: Escola Cidadã Integral Francisca Ascensão Cunha (João Pessoa)
Professor Responsável: Patrícia Cristina Braz. Estudantes: Maria Eduarda Costa, Giovanna Valadão, Giovanny Arthur, Guilherme Ferrari e Sarah Ferrari.
Proposta: Aplicativo para transeuntes, especialmente, aqueles com deficiência de locomoção, baixa visão ou cegos, idosos, entre outros.
Elite
Escola: Escola Cidadã Integral e Técnica Dr. Trajano Pires da Nóbrega (Condado)
Professor Responsável: Everaldo Ismael. Estudantes: Carolaine de Azevedo Santos, Darlene Alves Medeiros, Jefferson de Oliveira Silva e Milena Araújo Almeida
Proposta: Nova roupagem para embalagens para venda do mel.
Missão Possível
Escola: Escola Cidadã Integral Técnica Seráfico Nóbrega (São Mamede)
Professor Responsável: Aparecida Estudantes: Fabricia, Natan, Tiago e Victor Hugo
Proposta: Ações de turismo para um impacto sustentável
Sertão Azul
Escola: Escola Cidadã Integral Crispim Coelho (Cajazeiras)
Professor Responsável: Renato Nunes Ramalho. Estudantes: Emilly Gabriely, Ravick Ryan, Samille Helena, Nicole Pereira e Pedro Artur
Proposta: Construção de um sistema hídrico sustentável, utilizando bambus como tubulação, e caixas de geladeiras velhas para reservatório da água, que será captada da chuva e das águas sujas dentro da escola.
Quecuento
Escola: Escola Cidadã Integral Presidente Kennedy (Santana de Mangueira)
Professor Responsável: Paulo César. Estudantes: Mercia Rodrigues, Ana Carolina, Dhiênnily Tairiny, Maria Eduarda e Kauane Vicente.
Proposta: Aaplicativo móvel para anúncio de produtores de pequeno e medio porte da região