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Governo do Estado investe R$ 400 mil em dez empresas para etapa nacional da Expo Favela

publicado: 01/10/2023 00h00, última modificação: 02/10/2023 10h49
Startups que vão representar a Paraíba foram escolhidas na etapa estadual da Expo Favela Innovation e também serão pré-incubadas no Programa Parque Tecnológico Horizontes de Inovação
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Empresas selecionadas na Expo Favela Paraíba comemoraram muito o anúncio/ foto: Mateus de Medeiros
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Empresas selecionadas na Expo Favela Paraíba comemoraram muito o anúncio/ foto: Mateus de Medeiros
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Empresas selecionadas na Expo Favela Paraíba comemoraram muito o anúncio/ foto: Mateus de Medeiros
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Empresas selecionadas na Expo Favela Paraíba comemoraram muito o anúncio/ foto: Mateus de Medeiros
24.09.2023 - Expo Favela dia 3 - Mateus de Medeiros-39 (1)
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A Expo Favela Innovation Paraíba chegou ao final, no domingo (24), e dez startups foram selecionadas para representar o estado no evento nacional, em São Paulo. Essas empresas receberão do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Superior (Secties), o incentivo de R$ 40 mil cada uma. O anúncio foi feito pelo governador João Azevêdo na abertura oficial do evento. A potência da favela, ideia de norteou todo o evento, se fez presente no palco 360º, montado no centro da Praça do Povo do Espaço Cultural, em João Pessoa.

Os negócios e empreendedores selecionados foram: Nai Gomes; Orixás da Lu; Shopping Rural;  My Moon Store; Sereias da Penha; Umoi; Vivenciando o Porto do Capim - Garças do Sanhauá; .Corp.Ori; Gari Ecológico; e Arte Tabajara.

O Secretário da Secties, Claudio Furtado fala sobre a importância do apoio financeiro pelo Governo do Estado. “Esses dez empreendimentos que vão para o evento nacional serão pré-incubados dentro do nosso Programa Parque Tecnológico Horizontes de Inovação. Com esse aporte de R$ 40 mil eles podem ir para a Expo Favela nacional com seu produto já bem mais trabalhado para fazer a grande disputa e mostrar a força da Paraíba na área de inovação”. Ele também comemora os resultados do evento: “A Expo Favela traz aquele empreendedor que geralmente passa despercebido pelo sistema. A ideia é conseguir enxergar o mercado que existe dentro das nossas comunidades”.

Para avaliação e seleção das dez startups, a banca responsável seguiu critérios estabelecidos pela Expo Favela, que são: envolvimento com o negócio (demonstração em fala e ações de confiança, paixão, garra e engajamento com o negócio); conhecimento do negócio (demonstração de ter capacidade técnica no setor do negócio e entendimento claro de quais serão seus próximos passos para o crescimento) e entendimento sobre viabilidade do negócio e validação, impacto na comunidade, visão de futuro e história inspiradora.

“A Expo Favela Paraíba foi um sucesso, superou todas as expectativas tanto da nossa organização quanto dos nossos parceiros e parceiras”, comemora Kalyne Lima, presidente da Central Única das Favelas (Cufa). “ Foi um show de vendas, muitos relatos de recordes”. A seleção das 10 empresas foi muito acirrada. “Nós tivemos uma diversidade incrível: temos um representante indígena, pessoas de mais idade, jovens de 15 anos de idade, gente preta, mãe solo... Enfim, foi uma pluralidade”, conta.

Uma representante dessa diversidade é Aline Gouveia, 55 anos, moradora da comunidade tradicional da Praia da Penha. Ela representou o Sereias da Penha, projeto que foi abalado com a pandemia. “Depois da pandemia, só ficaram sete mulheres. Sete mulheres que lutam, que têm esperança em um tempo melhor. E hoje nós chamamos o ‘recomeço das sereias’ porque as sereias hoje são  um marco reconhecido”, disse. “Com esse valor, vamos realizar o nosso sonho que é de obter um trailer-loja para que poder ir até o turista. Porque lá na Praia da Penha o acesso é muito difícil“.

Jorge Abrantes foi selecionado com o projeto Gari Ecológico, da cidade de Aparecida. “Há 17 anos que eu trabalho varrendo a rua e todas as garrafas que eu acho levo para casa para fazer essas vassouras”, disse. Ele compartilha toda a transformação e ensina a fazer as vassouras, que ele vende, em seu canal no YouTube, que já tem quase 1 milhão de inscritos. “Isso é para que outras pessoas também aprendam a fazer esses produtos e também que sejam donos do seu próprio negócio, para juntos a gente retirar o máximo de poluição. Imagina cada setor do estado sendo varrido com vassouras das garrafas que foram tiradas do meio ambiente!”.

O artista visual Nai Gomes vai se preparar para a edição nacional da expo Favela e vai investir em uma reforma simplificada do atelier que fica em um o sobrado azulejado da rua da Areia, no Centro Antigo de João Pessoa. “Isso vai dar possibilidade de abrir as portas e continuar com as ações, porque a arte é isso é todo dia, é todo instante, toda hora, pensando nos que vieram antes, nos que estão agora e nos que virão depois”. Nai Gomes ressalta que esse é um evento de colheita de reconhecimento da potência das periferias, das comunidades: “A favela não é o lugar de carência e sim de potências que precisam ser reconhecidas, né?”

 

 

Ciência, tecnologia e inovação para a favela

 

A Secties marcou presença com uma série de ações que ajudaram empresas e empreendedores a melhorar sua performance no campo da inovação e do mercado. Além de atividades que levaram ao público informações sobre ciência, tecnologia, inovação e capacitação para obter financiamento através de editais. No painel “Papo Reto”, no sábado, o secretário Claudio Furtado, ao lado da advogada Juliana Nóbrega, destacou o desafio de usar ferramentas tecnológicas para diminuir os abismos que separam as pessoas da favela e do asfalto. “Os jovens precisam de apoio para que possam empreender cada vez mais cedo, de modo a entrar no mercado com estrutura para competir”, falou o secretário Claudio Furtado.

A palestrante Juliana Nóbrega, advogada que atua na Finep, salientou que a Inclusão tecnológica tem que começar nas escolas, com letramento digital aplicado a professores e de estudantes. Nesse sentido, Furtado citou o processo de treinamento e distribuição de equipamentos para professores, de chips para os alunos, para que eles tivessem conexão à internet e o sucesso dessas soluções frente à demanda imposta pela pandemia.

Na moderação, Iolanda Cortez abriu espaço para representantes de startups apresentarem seus negócios. O painel instigou o público, que participou com perguntas e colocações.

Também no sábado a mesa redonda sobre editais para empreendedores com o tema “Como Captar via Editais: Quebrando as Barreiras” mostrou como as empresas podem captar recursos através de editais, como o Centelha e o Tecnova, que o Governo do Estado oferece através da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq-PB), órgão ligado à Secties.

A mesa contou com a participação da Fapesq por meio da palestra de Ricardo Dantas, assessor financeiro de Empreendedorismo e Inovação, que falou sobre as linhas de fomento da Fapesq na área de empreendedorismo e inovação, por meio dos editais Tecnova e Centelha. Wallace Albuquerque, também assessor na fundação, trouxe informações sobre investimentos da Secties na área de inovação.

O Secretário de Cultura do Estado,  Pedro Santos, falou sobre a Lei Paulo Gustavo, esclareceu pontos de inscrições e informou que oficineiros irão maratonar 8h de oficinas na zona urbana e rural. O Edital conta com apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa da Paraíba (Fapesq) e IFPB. E no domingo, uma oficina tratou do tema “Como abrir uma empresa?”.

Além desses eventos, o estande da Secties atraiu os visitantes mostrando pesquisas e inovações das empresas apoiadas pelo Governo através da Fapesq-PB e do Programa Parque Tecnológico Horizontes de Inovação.

A Expo Favela Innovation tem o objetivo de promover um encontro com investidores que possam acelerar os empreendimentos e gerar negócios, e mostrar o potencial dos moradores da favela em inovar, empreender e promover a cultura, que pulsou durante todo o evento.

 

Texto: Márcia Dementshuk e Renato Félix