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ETAPA ESTADUAL
Olimpíada Brasileira de Robótica mostra talento de crianças e adolescentes para a tecnologia
Renato Félix e Márcia Dementshuk
Meninos e meninas dos ensinos Fundamental e Médio, das redes pública e particular de ensino, passaram a quarta-feira no Espaço Cultural controlando robôs construídos por eles mesmos. Foi a etapa paraibana da Olimpíada Brasileira de Robótica, que classificou duas equipes para a etapa nacional. Mais do que isso, mostrou o potencial dos estudantes quando têm a oportunidade de se familiarizar com a ciência e a tecnologia.
O Secretário de Estado da Educação e da Ciência e Tecnologia, Cláudio Furtado, explica que “ a robótica é muito importante para o desenvolvimento cognitivo dos estudantes. A ideia da robótica dentro da sala de aula é justamente essa: desenvolver não só como uma ferramenta, que hoje é utilizada em diversos setores e atividades, mas também para ajudar o aluno a pensar e desenvolver outras aptidões”.
Esta foi a primeira etapa estadual presencial, após dois eventos virtuais por causa da pandemia da covid-19. Em 2020 e 2021, os alunos faziam simulações com a ajuda de um aplicativo. Agora, voltaram a viver a emoção de uma competição frente a frente.
“Os alunos estavam numa expectativa muito forte. É diferente de fazer uma competição à distância”, diz o secretário. “Aqui eles estão botando a mão na massa, estão vendo as arenas montadas... Toda a interação entre os alunos... Que essa etapa estadual seja o início de uma caminhada para nossas equipes na etapa nacional e quiçá numa competição internacional”.
A equipe Lollipopers Internautas, do Colégio Nossa Senhora de Lourdes (Lourdinas), de Campina Grande, foi a vencedora do nível 1, em que disputaram alunos do Ensino Fundamental. No nível 2, para o Ensino Médio, venceu a Farlab Competition, da Escola Frei Afonso. As duas estão automaticamente classificadas para a etapa nacional da OBR. Mas outras vagas podem surgir, contemplando as equipes que ficaram em segundo lugar.
Meninas da equipe Tokyo, do IFPB de Catolé do Rocha, ficaram com o segundo lugar entre alunos do Ensino Médio;
medalha foi entregue por Rubens Freire, secretário executivo de Ciência e Tecnologia (primeiro à esquerda)/ foto: Mateus de Medeiros
O que também se viu durante o dia foi o número de meninas competindo. O mundo tecnológico é tradicionalmente muito masculino, mas as mulheres cada vez mais vêm conquistando espaço. A equipe Tokyo, por exemplo, do IFPB de Catolé do Rocha, que ficou em segundo lugar no nível 2, foi formada só por garotas.
“A gente é do curso técnico de Edificações e vimos o anúncio da robótica – foi meio por acaso. Foi um divisor de águas: a gente migrou para a área de tecnologia”, conta Hillary Diniz, 17 anos. Ela, Ana Beatriz Almeida, 18, Letícia Diniz, 18, e Radmila Cristiane, 17, estudavam na mesma classe, mas não eram próximas: a robótica as uniu. Estão no quarto ano e agora direcionam sua perspectiva de universidade para a área tecnológica.
“Toda a experiência com competições, treinos, trabalho em equipe, vai ser inesquecível”, diz Letícia. Por causa da pandemia, foi a única etapa de OBR de que elas participaram – e colocaram uma equipe só de mulheres do pódio.
“A gente tem percebido ao longo dos anos que tem crescido o número de meninas na robótica”, afirma Fagner Ribeiro, coordenador da OBR na Paraíba. “Como a gente já está organizando o evento há 11 anos, a gente vê nitidamente essa mudança. E a gente está muito satisfeito, a gente incentiva muito”.
Para esta etapa estadual, 82 escolas públicas e particulares se inscreveram, com cerca de 320 estudantes. “A participação foi encantadora”, celebra Rubens Freire, secretário executivo de Ciência e Tecnologia. “Todos muito animados com essa ideia de entrar no mundo da ciência e da técnica. Eu estava agora com uma criança que me falou: ‘Olha, eu quero estudar física quântica’. Isso não cabia no imaginário de uma criança há 50 ou 60 anos atrás. Então um ambiente estabelece sementes para quem sabe ela se dedicar ao conhecimento científico altamente sofisticado”.
A etapa estadual da Olímpiada Brasileira de Robótica foi realizada em uma parceria do Governo da Paraíba e da Prefeitura Municipal de João Pessoa. A OBR é realizada desde 2007 e atualmente é considerada o maior evento de robótica da América Latina, classificando equipes para a RoboCup, que é o maior evento de robótica do mundo.
CLASSIFICAÇÃO:
NÍVEL 1 (Ensino Fundamental):
1º – Lollipopers Internautas (Lourdinas)
2º - Farlab T (Escola Frei Afonso)
3º – Tropa de Elite (Poligono Vestibulares)
NÍVEL 2 (Ensino Médio):
1º - Farlab Competition (Escola Frei Afonso)
2º - Tokyo (IFPB Catolé do Rocha)
3º - Ares (IFPB Catolé do Rocha)
PREMIAÇÕES EXTRAS:
Além de medalhas de ouro, prata e bronze para as três equipes primeiras colocadas em cada nível, categorias extras foram entregues para equipes não premiadas com estes três primeiros lugares:
Melhor Escola Pública – Nível 1: JRNB Ômega (Escola Jornalista Raimundo Nonato Batista); Nível 2: Farlab Business (Escola Frei Afonso).
Melhor Escola Privada – Nível 1: Master Robótica 4 (Colegio e Curso Master); Nível 2: Criadores de Gigantes (Sesi Bayeux)
Robustez - Nível 1: Humanoides (Colégio Waldecyr de Araujo Pereira); Nível 2: Destemidos 03 (Escola Sesi Prata).
Inovação - Nível 1: Fire Robot (Escola Professor Paulo Freire); Nível 2: IFPB-JP Equipe 1 (IFPB João Pessoa)
Design - Nível 1: Motiva Colegio Atheneu (Motiva); Nível 2: Roborex (Sesi José de Paiva Gadelha)
Dedicação - Nível 1: Farlab M (Eescola Frei Afonso); Nível 2: Autobots (Escola Dionízio Marques de Almeida)
Programação - Nível 1: Jordan Maker Robótica (Escola Governador Leonel Brizola); Nível 2: Minotauro (Colegio e Curso Evolução)
Maker - Nível 1: Jordan Maker Robótica II (Escola Governador Leonel Brizola); Nível 2: Robotics Legends (Escola Professor Paulo Freire).