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Estudantes mostram talento e conhecimento na Olimpíada Brasileira de Robótica
Atualmente estudante do curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas na UEPB, Leones Silva de Oliveira, de 23 anos, teve um grande incentivo para seguir pelo estudo de tecnologia na universidade ao participar da Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR), em 2018. “Sempre quis essa área e a olimpíada aumentou ainda mais minhas forças e expectativas”, conta. Quem sabe quantos jovens também encontrarão um direcionamento profissional a partir da participação na etapa estadual da OBR deste ano? O evento foi realizado de terça a quinta da semana passada, no Espaço Cultural, uma iniciativa da Sociedade Brasileira de Robótica que, na Paraíba, foi fomentada pelo Governo do Estado por meio da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Superior (Secties) e da Fundação de Apoio à Pesquisa da Paraíba (Fapesq), em parceria com a Prefeitura de João Pessoa..
A etapa reuniu 239 equipes formadas em escolas estaduais, municipais e particulares. Cada equipe foi formada por quatro alunos e um professor. No final, foram anunciadas as três primeiras colocadas dos níveis 1 e 2, além de categorias extras. As duas primeiras de cada nível vão a Salvador, Bahia, representar a Paraíba na etapa nacional da OBR, em outubro.
No nível 1 (estudantes do 1º ao 8º do Ensino Fundamental), o primeiro lugar ficou com a equipe Farlab, da EMEF Frei Afonso; em segundo lugar, a Robotics, da EMEF em Tempo Integral Chico Xavier; e em terceiro, a Rbot Team, da EMEF em Tempo Integral Prof. Paulo Freire. As três escolas são de João Pessoa.
No nível 2 (estudantes do 8º e 9º anos do Fundamental e Ensino Médio ou Técnico), os vencedores são de Catolé do Rocha: a equipe Ares, do campus do IFPB da cidade. Em segundo lugar, ficou a LabCriar Competition, da LabCriar Tecnologia Educacional, de João Pessoa; e em terceiro, a Campina Robotics, da Escola Adventista de Campina Grande.
“A experiência de estudar robótica é incrível”, diz Tomás Soares, integrante da equipe Ares, comemorando a volta por cima da equipe. “Começamos a rodada da regional em 10º lugar e terminamos campeões estaduais”. A equipe é formada também por Fernando Otto, Raísla Fernandes e Alan Maicon.
Para ele, o trabalho em conjunto é fundamental num torneio como esse. “Todo mundo se ajuda. Se não for assim, o negócio não anda para canto nenhum”. E os integrantes da equipe já pensam em seguir carreira na área da tecnologia. “O objetivo é esse. Isso aqui é uma motivação muito grande porque a gente vê que está dando resultado”, conta.
É o caminho que Leones Oliveira seguiu. Estudante do projeto Limite do Visível, da Secties, ele saiu da Rede Estadual de Ensino para o curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas na Universidade Estadual da Paraíba. Quando participou da OBR, em 2018, ele cursava o 3º ano do Ensino Médio na ECI Escritor Horácio de Almeida, no Alto do Mateus, em João Pessoa. “Eu já tinha conhecimento em tecnologias antes, por isso escolhi a robótica no Ensino Médio”, conta.
Leones começou a estudar Robótica já no 1º ano do Ensino Médio. “Minha equipe foi desenvolvendo vários projetos. Quando veio a Olimpíada Brasileira, ficamos uma semana todos os dias estudando em qual categoria nós íamos participar”, recorda. “Então fomos na categoria de corrida de carro: tínhamos que criar um carro do zero, com peso determinado pelo edital da OBR. Eu aprendi mais ainda sobre engenharia e robótica por causa do projeto do carrinho”.
O secretário de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Superior (Secties), Cláudio Furtado, afirmou que o investimento na robótica traz base de formação aos estudantes. “O governo do Estado irá trabalhar para que as equipes selecionadas tenham uma infraestrutura para se preparar tecnicamente para a etapa nacional”, declarou.
“O evento é importante porque traz para a juventude a oportunidade de aprender sobre algo bastante contemporâneo e de estabelecer interlocução com cientistas, pesquisadores de renome”, afirma o secretário executivo de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Rubens Freire, que participou da cerimônia de premiação. “Faz parte de um processo de formação da juventude para o mundo contemporâneo. E o Governo do Estado, através da Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Superior, pretende construir um programa para treinar equipes das várias olimpíadas de conhecimento – não apenas em Robótica - para disputar em condições de sucesso as etapas nacionais e internacionais”.
Paraíba se destaca em número de inscritos no país
Cerca de mil estudantes disputaram as provas. “A Paraíba é o terceiro estado com o maior número de inscritos no Brasil", informou Fagner Ribeiro, que coordena a OBR-PB e atua junto à Secties. “Hoje, os protagonistas são nossos alunos que fazem com que nosso trabalho tenha sentido, popularizando a ciência e incentivando nossos jovens para uma carreira científica e tecnológica”, completou.
Nas arenas de provas, 58 voluntários, alunos da Universidade Federal da Paraíba de cursos variados de tecnologia, estiveram com a meticulosa função de julgar as equipes. “Julgamos a equidade do movimento do robô. O objetivo era simular um resgate de um suposto acidente fazendo com que o robô alcançasse um lugar onde uma pessoa não conseguiria chegar. O robô precisava superar os obstáculos simulados do terreno e chegar ao resgate da vítima”, explica Beatriz Araújo, que faz mestrado em tecnologia na UFPB.
Na escola Sesi Bayeux os estudantes da prática da robótica ganharam o nome de Criadores e montaram três equipes para a OBR, Nível 2: Criadores de Gigantes, Criadores FDC e as Criadoras do Amanhã. Esta última é formada só por mulheres: “Há três meses trabalhamos nesse robô! Na escola há uma seleção para quem quer participar da robótica e desde o primeiro ano nós entramos”, explicou Marina Vitória Sousa de Oliveira. As quatro integrantes do Criadoras do Amanhã usavam brincos feitos de peças de Lego, manuseadas na montagem de robôs. “Nós fazemos e vendemos para angariar fundos para a equipe!”, explica Marina. A equipe acabou ganhando o Prêmio Escola Pública, nível 2.
Premiados
Nível 1
1º lugar: Farlab, da EMEF Frei Afonso, João Pessoa
2º lugar: Robotics, da EMEF em Tempo Integral Chico Xavier, João Pessoa
3º lugar: Rbot Team, da EMEF em Tempo Integral Prof. Paulo Freire, João Pessoa
Prêmio Maker: CR2, Centro Escolar de Atividades Pedagógicas Integradoras Arthur da Costa Freire, João Pessoa
Prêmio Programação: Tharcilla 1, EMEF Tharcilla Barbosa da Franca, João Pessoa
Prêmio Dedicação: CR3, Centro Escolar de Atividades Pedagógicas Integradoras Arthur da Costa Freire, João Pessoa
Prêmio Design: Fire Robots, EMEF Santa Ângela, João Pessoa
Prêmio Inovação: Roboteens 1, EMEF Maj José de Barros Moreira, João Pessoa
Prêmio Robustez: Blade Hunter, EMEF Duarte da Silveira, João Pessoa
Prêmio Escola Pública: Ultrassonics, ESC Dionísio Marques de Almeida, Patos
Prêmio Escola Privada: Megatrends, Colégio Top, João Pessoa
Nível 2
1º lugar: Ares, do IFPB, Catolé do Rocha
2º lugar: LabCriar Competition, da LabCriar Tecnologia Educacional, João Pessoa
3º lugar: Campina Robotics, Escola Adventista de Campina Grande
Prêmio Maker: Mega Destemidos Fênix, Escola Sesi Prata, Campina Grande
Prêmio Programação: Devrobs, IFPB, Guarabira
Prêmio Dedicação: Lithium’s, Colegio Nossa Senhora de Lourdes, Campina Grande
Prêmio Design: Olimpo, ECI Jose Guedes Cavalcante, Cabedelo
Prêmio Inovação: Zeus, EMEF Dr. Severino Patrício, João Pessoa
Prêmio Robustez: Supreme, EMEF Duarte da Silveira, João Pessoa
Prêmio Escola Pública: Criadoras do Amanhã, Sesi Coralio Soares de Oliveira, Bayeux
Prêmio Escola Privada: GirlBots, Escola Adventista de Campina Grande